A Associação Brasileira de Supermercados apresentou proposta para o setor farmacêutico, afetado por desequilíbrio entre custos operacionais e receita, e medicamentos isentos.
Em meio à proposta da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para combater a inflação, a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) manifestou seupositionamento contrário, considerando que a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados possa gerar riscos significativos para a saúde pública. Os impactos de tal medida, segundo a Abrafarma, podem ser devastadores, levando a um aumento nos riscos de erro de prescrição e de interações adversas entre medicamentos.
A Abrafarma defende que a venda de medicamentos sem a necessidade de prescrição é uma medida inadequada para combater a inflação, pois pode afetar negativamente as vendas das farmácias e drogarias, que são estabelecimentos especializados na venda de medicamentos de acordo com as prescrições médicas. Além disso, a proposta da Abras pode levar a uma perda de confiança dos consumidores nas farmácias e drogarias, que são conhecidas por sua expertise em medicamentos e em fornecer informações precisas sobre os produtos farmacêuticos.
Proposta do Governo Traz Medo de Riscos para Medicamentos
A entidade representante do setor farmacêutico no Brasil, a Abrafarma, emitiu um alerta sobre a proposta do governo de vender medicamentos isentos de prescrição em supermercados. Segundo a entidade, essa medida traz diversos riscos para a saúde pública e impactos econômicos devastadores para o setor farmacêutico.
De acordo com a Abrafarma, os medicamentos isentos de prescrição representam cerca de 30% das vendas das farmácias. A proposta do governo, que busca reduzir a inflação, pode causar um impacto econômico devastador, afetando desde grandes redes até pequenas farmácias. A entidade ressaltou que os medicamentos isentos de prescrição são seguros, mas exigem orientação especializada devido aos riscos associados ao seu uso inadequado.
A Abrafarma alertou para os altos custos operacionais das farmácias, como aluguel, salários e estoques, o que pode resultar em um aumento nos preços dos medicamentos de prescrição, afetando especialmente a população de baixa renda. A entidade também destacou que a venda de medicamentos em supermercados pode mascarar sintomas, agravando problemas de saúde e gerando custos elevados ao sistema de saúde no longo prazo.
Os riscos da venda de medicamentos isentos de prescrição em autosserviço foram destacados em estudos internacionais recentes, como os realizados na Austrália e na França. Esses países restringiram a prática após demonstrar os impactos negativos. Além disso, a Abrafarma questiona a real intenção por trás da proposta, argumentando que os supermercados não venderiam medicamentos com preços mais baixos, visto que, em 50% das vezes, eles vendem mais caro do que as farmácias.
A declaração da Abrafarma ocorre um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que busca deixar um legado na gestão do Ministério da Saúde durante seu governo. A entidade expressou sua preocupação de que a proposta represente um retrocesso, com sérias consequências para a saúde da população e para o setor farmacêutico, que sempre teve um papel essencial na prestação de serviços à comunidade.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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