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Ação policial gera mais prisões, apreensões de armas e drogas. Impactos podem ocorrer nas comunidades devido aos conflitos armados.
Analistas consultados pela Agência Brasil discutiram os resultados da Iniciativa Estruturada chamada de Ordem, que representa ordem. Apesar de reconhecerem aspectos favoráveis, manifestaram incerteza em relação às consequências que podem surgir ao término desse esforço.
Os especialistas também abordaram a importância de uma Estratégia Planejada para garantir a continuidade da Ação Estruturada Ordem. Destacaram a necessidade de manter um acompanhamento constante para assegurar que os benefícios sejam duradouros e impactantes.
Ordem; em expansão: ação estruturada; e seus efeitos
O receio paira sobre a retomada do cenário que desencadeou as incursões, inicialmente, em 10 comunidades reconhecidas como áreas de conflitos armados entre traficantes e milicianos nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá e as Vargens Pequena e Grande, na zona oeste da capital.
Conforme o secretário de estado de Segurança Pública, Victor dos Santos, quando essa Ordem foi concebida, ela visava à ‘escalabilidade’ para se estender a qualquer região do estado. ‘Em qualquer dos 92 municípios do estado ela pode ser replicada. Ela já foi planejada com essa característica’, destacou em entrevista à Agência Brasil.
Deflagrada na segunda-feira (15) pelo governo do Rio de Janeiro, a Ordo foi ampliada na quarta-feira (17) para mais quatro localidades, sem prazo definido para encerrar. Desde o início, tem apresentado diariamente aumentos nas prisões e apreensões de armas e drogas. Um dos objetivos é sufocar financeiramente as organizações criminosas que controlam esses territórios.
No balanço mais recente da Ordem divulgado neste sábado (20) pelo governo fluminense, até ontem as Forças de Segurança do Governo do Estado realizaram 90 prisões, além da apreensão de 2.300 munições, 20 carregadores, nove artefatos explosivos e 147 kg de drogas na região. Oito menores foram apreendidos e houve a retirada de 47 toneladas de barricadas.
Segundo o secretário, o aumento de crimes contra o patrimônio praticados nessa região contribuiu para a realização da Ordem, bem como a guerra de territórios, que, segundo ele, se tornaram sinônimo de lucro para os criminosos. ‘Território hoje é sinônimo de receita. Não é apenas a venda de drogas, são todos os serviços de água, luz, gás, construção civil, descarte de material de construção onde se aterra área de proteção ambiental. Tudo isso gerou receita para esses criminosos. Sem contar que essas comunidades se tornaram verdadeiras zonas francas, onde toda sorte de ilegalidade é praticada com cobertura e garantia de que essa prática pode ocorrer ali porque o Estado é ausente’, ressaltou.
Na sexta-feira (19), após uma segunda expansão, a Ordo realizava incursões em 16 territórios nas comunidades da Cidade de Deus, da Gardênia Azul, do Rio das Pedras, do Morro do Banco, da Fontela, da Muzema, da Tijuquinha, do Sítio do Pai João, do Terreirão, César Maia, de Santa Maria, do Bateau Mouche, da Covanca, do Jordão, da Chacrinha e da Barão.
O aumento no número de locais de atuação da Ordem, em parte, ocorreu devido à fuga de criminosos das áreas onde a Ação estava presente para outras localidades. O governo do estado informou que a expansão ‘foi viabilizada com o avanço das informações de inteligência da Polícia Civil, que identificou a necessidade e embasou o planejamento’.
O mestre em antropologia, especialista em segurança pública e ex-policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Paulo Storani enfatiza que a movimentação financeira desses grupos criminosos, que inclui a estrutura de lavagem de dinheiro, vai muito além do que se pode imaginar.
Fonte: @ Agencia Brasil
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