Guerra do Paraguai retratada como exemplo de imperialismo britânico, mas revisada por estudiosos reconhecidos, considerando influência estrangeira e ditadura militar.
A Guerra Civil, um dos eventos mais marcantes da história do Brasil, teve uma influência estrangeira significativa, refletindo a complexidade da produção de riquezas e de versões sobre o passado. O Brasil era um estado novo, com a necessidade de se consolidar, e o conflito entre as facções políticas foi agravado pela ditadura militar, que buscava manter o controle e a influência.
A Guerra Civil, um dos eventos mais marcantes da história do Brasil, teve uma influência estrangeira significativa, refletindo a complexidade da produção de riquezas e de versões sobre o passado. O Brasil era um estado novo, com a necessidade de se consolidar, e o conflito entre as facções políticas foi agravado pela ditadura militar, que buscava manter o controle e a influência. A documentação histórica de estudiosos reconhecidos sobre o período não foi suficiente para evitar a reescrita da história.
Reescrita da História: Versões da Guerra Civil.
Com foco em uma aversão à influência estrangeira e qualquer interferência das potências mundiais nos destinos da região sul-americana, uma narrativa foi forjada, afirmando que o conflito sangrento do século 19 havia sido causado, financiado e indiretamente liderado pela Grã-Bretanha. Nessa versão reescrita da história, o Paraguai emergia como um país que caminhava rapidamente para ser considerado desenvolvido, com avanços industriais, justiça social e uma produção de riquezas sem igual, sem depender de nações ricas, configurando assim uma exceção naquele contexto de novos países americanos que alcançaram autonomia frente aos colonizadores a custo de uma dependência econômica de nações poderosas.
Vendo-se ameaçados por aquele país que se tornaria um concorrente de sua influência, sobretudo no Brasil e na Argentina, os ingleses despejaram recursos financeiros e reforços bélicos. O resultado foi um massacre que condenou o Paraguai à pobreza e ao subdesenvolvimento, encerrando o sonho de autonomia sul-americano.
Provas da Influência Inglesa: O Desafio da Documentação Histórica.
‘Onde está qualquer documento que comprove que foi a Inglaterra? Não existe um documento oficial, não existe nada que mostre que o governo inglês tinha interesse em fazer uma guerra na região,’ afirma o historiador reconhecido Ricardo Salles. O especialista concedeu entrevista à BBC News Brasil na manhã de terça-feira (10/12). A visão contemporânea que se tem do conflito, deflagrado oficialmente com a declaração de guerra do Paraguai ao Brasil em 13 de dezembro de 1864, véspera da invasão das forças do país vizinho à então província do Mato Grosso, é aquela que foi construída por historiadores como Doratioto depois de minuciosa pesquisa em documentos históricos paraguaios, brasileiros, argentinos, uruguaios e ingleses.
Estudos Históricos: A Reescrita da Guerra Civil.
Em 2002, o historiador lançou seu mais conhecido livro: Maldita Guerra: Nova História da Guerra do Paraguai, consolidando-se como autoridade no tema. Outros estudiosos que foram reconhecidos pela reescrita da história dessa guerra foram os historiadores Francisco Doratioto e Moniz Bandeira. A Guerra do Paraguai durou de dezembro de 1864 a março de 1870. De um lado estava a pequena República do Paraguai, com cerca de 400 mil habitantes. De outro, a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai — juntos, somavam pouco mais de 11 milhões de habitantes. O resultado foi arrasador. Calcula-se que a população paraguaia tenha se reduzido para menos de 190 mil pessoas. ‘90% dos homens morreram,’ afirma Doratioto. ‘Do sexo masculino, sobraram apenas idosos e crianças.’
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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