Investidores buscam retornos superiores a 7% em um ambiente econômico pior, em busca de rentabilidade, com mediana de 12,40% e volatilidade de 2,61%, mas com risco mediano de 3,74%.
Investidores de alto risco são aqueles que se arriscam a enfrentar volatilidade nos retornos em busca de ganhos mais significativos a longo prazo. Eles estão dispostos a lidar com a incerteza dos preços dos ativos, abrindo-se a possíveis perdas significativas em troca da esperança de recuperar seus investimentos com juros mais altos.
Esses investidores são atraídos por projetos com altos riscos, que oferecem a perspectiva de retornos signficativamente mais altos do que os investimentos tradicionais. Eles estão preparados para lidar com a incerteza dos projetos de alta risco, desde que haja uma forte expectativa de retorno sobre o investimento. Nesse sentido, é fundamental que os investidores de alto risco tenham uma análise sólida dos riscos envolvidos e uma estratégia de gestão de risco eficaz para minimizar os riscos associados a esses investimentos.
Risos de investidores brasileiros em busca de retornos
O cenário atual do mercado brasileiro é marcado por um ambiente de risco que parece ter substituído a certeza, deixando os investidores com a percepção de que o risco não será compensado por retornos. A decepção é palpável, especialmente quando se considera o desempenho dos fundos multimercado, que até novembro último acumularam apenas 55% do CDI em termos de rentabilidade.
A Anbima calcula o Índice de Hedge Funds (IHFA), que mede a rentabilidade média dos fundos multimercados, e o resultado é decepcionante. Em 2021, o desempenho foi ainda pior, com os fundos multimercado sofrendo com a concorrência do aumento da taxa Selic e da percepção de risco no mercado brasileiro. O resultado é que eles enfrentaram captações líquidas negativas frequentes desde 2022, com 33 meses de saídas negativas nos últimos 35 meses.
O ambiente econômico no Brasil piorou significativamente desde 2021, com a PEC dos precatórios, conhecida como PEC do calote, e a sequência de mudanças regulatórias que fragilizaram o ambiente institucional e deterioraram o quadro fiscal brasileiro. O efeito destes fatores nefastos é a redução da confiança, a desancoragem das expectativas e a perda de valor dos ativos domésticos. É possível perceber isso ao analisar os fundos multimercados, que até o dia 29 de novembro acumularam rentabilidade de 7,15% contra 9,85% do CDI.
A situação se torna um pouco pior quando se computa o risco, já que este resultado inferior ao CDI foi alcançado a partir de um risco mediano de 3,74%. Apenas um terço dos fundos da amostra conseguiu superar o desempenho do CDI, com rentabilidade mediana de 12,40% e volatilidade de 2,61%. O que explica essa aparente inconsistência é o comportamento dos fundos que estão abaixo da linha de corte, que obtiveram rentabilidade de apenas 4,23% à custa de um risco de 4,05%.
O olhar detido sobre essa amostra indica que os melhores desempenhos foram obtidos pelos gestores que preferiram se afastar dos ativos brasileiros, embora a filosofia de investimentos dos multimercados seja diversificar os riscos por meio da alocação entre diversas classes de ativos e regiões geográficas. A concentração foi premiada, com os campões em rentabilidade sendo os gestores que se afastaram dos ativos brasileiros. Essa realidade impõe um risco significativo aos investidores que continuam a apostar nos ativos domésticos, especialmente ao considerar a rentabilidade de 7,15% acumulada pelos fundos multimercado até o dia 29 de novembro, bem abaixo da rentabilidade do CDI.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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