Elevação do mar na baixa-altitude provoca eventos extremos, como enchentes e erosão do solo, afetando ilhas e infraestrutura do futebol, levando a suspensões de jogos e deslocamentos forçados.
Jordi Tasip, o camisa 10 da seleção de Vanuatu, tem um sonho claro: jogar na Copa do Mundo. Com sua equipe modesta, ele enfrenta desafios, mas seu objetivo é firme.
Vanuatu, um país com cerca de 80 ilhas no Oceano Pacífico, enfrenta dificuldades que afetam a vida do povo e, por extensão, a sua capacidade de se preparar para competições de alto nível como a Copa. A Conmebol é a confederação que organiza o torneio, e o esforço para participar é dificil. A região enfrenta problemas que a Copa do Mundo parece distante, e o desafio de Jordi e sua equipe é derrotar essas barreiras para sonhar, mesmo que a Copa seja um sonho distante.
Desafios Climáticos
A Copa do Mundo enfrenta um desafio ainda maior: o risco de desaparecer do mapa, devido à elevação do nível do mar.✅ Fique atento ao canal ge Futebol Internacional no WhatsApp. Estádios inundados, calor e mais: crise do clima atinge o futebol. A Oceania, uma das regiões mais atingidas, começa suas eliminatórias da Copa do Mundo em outubro, com a fase de grupos. A confederação é composta por 11 federações, incluindo Samoa, Samoa Americana, Ilhas Cook, Fiji, Caledônia, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, ilhas Salomão, Taiti, Tonga e Vanuatu.
A região da Oceania tem uma chance garantida de ter pelo menos uma representante na Copa do Mundo, e há uma chance de outra equipe entrar pela repescagem. A Nova Zelândia já participou do torneio, mas a Austrália, que está na Oceania, disputa as eliminatórias asiáticas. A Copa do Mundo é um evento que ganha cada vez mais destaque, especialmente com o aquecimento global aumentando as temperaturas no Oceano Pacífico. 2024 está prestes a ser o primeiro ano a superar o limite histórico de 1,5ºC de aquecimento. 5 formas comprovadas de proteger o planeta e reverter a destruição ambiental são necessárias para enfrentar esse desafio.
Em agosto, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu um alerta sobre a rápida elevação do Oceano Pacífico: ‘Catástrofe em escala mundial’. As temperaturas nos mares da região estão subindo muito mais rápido do que as médias globais. Águas sobem, países desaparecem. As nações do Pacífico são formadas por ilhas de baixa altitude em relação ao nível do mar. A elevação média é de até dois metros. Essas ilhas estão mais expostas às mudanças climáticas e eventos extremos. Cerca de 90% da população vive a 5 km da costa, e metade da infraestrutura está a 500 metros do mar. O futebol não está imune a isso.
Mais ciclones, cada vez mais poderosos, enfrentamos erupções vulcânicas e tsunamis. Enchentes nas Ilhas Salomão e no Taiti. O impacto é óbvio, às casas e à infraestrutura do futebol. Quando isso acontece, não dá para você organizar mais competições. Não tem um campo para praticar. No fim, a comunidade é cada vez mais afetada, não tem como pensar em futebol — comentou Franck Castillo, secretário-geral da confederação da Oceania. ✅ Siga o canal ge Futebol Internacional no WhatsApp.
O aquecimento global, provocado pela humanidade — principalmente pela emissão dos chamados gases do efeito estufa —, leva ao derretimento das calotas polares e geleiras, aumenta o calor no mar e expande o volume da água. Aí temos o avanço dos oceanos. — O Pacífico já vive com mudanças climáticas, o aumento do nível do mar é um deles. É um processo cíclico, entrelaçado. Há 18 meses os oceanos quebram recordes de temperatura, e não conseguimos baixar isso. Esses lugares são excepcionalmente vulneráveis pela sua condição baixa de litoral — explicou Vinicius Nora, gerente de Oceanos e Clima no Instituto Internacional Arayara.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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