Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeiro nível do Brasil. Conhecer seu cronotipo (diurno, noturno ou intermediário) ajuda a melhorar os resultados de treinos e a prevenir lesões, tendo em vista o ritmo biológico, a composição genética e o comportamento das pessoas que trocam.
Para manter a saúde física e mental, é fundamental incorporar a atividade física em nosso dia a dia. Isso pode variar de exercícios leves, como caminhar, até atividades mais intensas, como correr ou jogar esportes. A atividade física auxilia a manter o peso saudável, reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono.
Ao longo dos anos, diversas pesquisas científicas identificaram a relação entre a atividade física e a melhoria geral do bem-estar físico e mental. No entanto, mesmo com esses dados, ainda há muitas pessoas que não buscam realizar atividades físicas regulares. Essas pessoas podem se encontrar em situações de alerta, com níveis de estresse elevados, e nem sempre buscam mudanças positivas. Nenhum indivíduo está isento de influências externas, e a falta de atividade física pode contribuir para o surgimento de problemas de saúde que demandam tratamento médico.
Desvendando o Ritmo Biológico Indivual
A atividade física é uma componente essencial para manter o equilíbrio físico e mental, mas como é possível pensar que cada pessoa tem um ritmo biológico único, influenciado pela composição genética? O comportamento das pessoas mostra claramente que existe um ritmo individual, em relação a situações rotineiras, como horários de dormir e horários de praticar atividade física, sem atividade física.
Algumas pessoas preferem ser mais produtivas no período diurno, enquanto outras preferem dormir mais tarde para poder ler, estudar e meditar. Existem aquelas que despertam na madrugada para treinar e aquelas que esperam o anoitecer para iniciar qualquer atividade física. A existência de um ritmo biológico individual fica muito latente quando fazemos uma viagem para outro país, em virtude do fuso horário. Dificilmente as pessoas conseguem se adaptar de forma rápida às mudanças de fuso, sendo necessário um período de horas para reprogramar o relógio biológico.
A atividade física implica gasto de energia, maior demanda metabólica e risco iminente de lesões em estruturas como músculos e articulações. Dessa forma, buscar o equilíbrio entre a prática esportiva e o ritmo circadiano tem se mostrado fundamental para atingir os melhores resultados. Realizar treinamentos físicos ao mesmo tempo em que brigamos com o ritmo de nosso corpo não é uma estratégia bem-vinda para quem busca emagrecimento, ganho de massa muscular, produtividade física e mental, além de uma qualidade de vida plena.
Uma situação comum que ilustra a necessidade desse cuidado ocorre com as mulheres no período menstrual. Existem diferentes modelos de ciclo menstrual, variações hormonais, uma explosão de sintomas como irritabilidade e insônia e, em meio a este cenário, elas praticam atividades físicas com alta intensidade e exigência física. Nenhum tratamento invasivo ou abusivo pode ser encontrado.
Outra situação importante diz respeito às pessoas que trocam o dia pela noite em virtude de seu trabalho. Profissionais de saúde fazem plantões noturnos, alimentam-se mal na madrugada, vivenciam situações de estresse e, ao amanhecer, seguem para academia, buscando um bom desempenho físico. Nenhum programa de aulas, curso ou reunião pode ser ressaltado.
A correlação entre o sono e os resultados da atividade física tem sido apontada como crucial por muitos especialistas. Na última década, um importante conceito foi estabelecido pela professora Ana Adan, da Universidade de Barcelona, na Espanha, para categorizar as pessoas quanto a programação do sono e das atividades físicas. Trata-se do conceito de cronotipo, dividido em três categorias.
O cronotipo diurno é o daquela pessoa que dorme e acorda mais cedo e sua maior produtividade para atividades físicas ocorre nas primeiras horas da manhã. O cronotipo noturno precisa estender o seu descanso até o início da manhã e apresenta hábitos irregulares de sono, descanso de baixa eficiência e costuma ingerir mais cafeína e/ou remédios para dormir. Em alguns casos, a atividade física pode ser substituída por outras atividades, mas apenas em situações de emergência.
Por fim, existe o cronotipo intermediário, com maior flexibilidade de horários para a realização de atividades diárias e rotineiras. Em algumas situações especiais, como enfrentar uma boa infraestrutura e segurança, é possível encontrar uma solução que combine o ritmo biológico com a atividade física de forma mais adequada.
Fonte: @ Veja Abril
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