Bots engolem estoques de brinquedos a filmes, encarecendo produtos em programas de compras, como Natal e Black Friday, dificuldade constante em comércio eletrônico, alerta para usuários e indústrias visadas.
Na era digital, a Black Friday e a onda de compras de Natal não podem mais ser vistas sem a presença de robôs, ou seja, bots, que disputam a última pechincha e os melhores preços em consoles, placas de vídeo e outros produtos em alta demanda. Esses programas em funcionamento constante são a face invisível do comércio online.
A tecnologia ainda não conseguiu eliminar completamente a necessidade de robôs para enfrentar a concorrência. Casos de bots comprando em massa são cada vez mais comuns. Os programas automatizados são desenvolvidos especialmente para comprar produtos em estoque zero por meio de compras em massa, garantindo que as pechinchas sejam abocanhadas antes do consumidor.
Robôs invadem o comércio eletrônico, deixando usuários sem produtos
Com o auge do comércio eletrônico desde a pandemia de covid-19, os robôs de compras têm se tornado cada vez mais perigosos. Essas ferramentas de programação, em funcionamento constante, vasculham páginas de compras em todo o mundo em busca de promoções e lançamentos de alto padrão. A onda de compras de Natal e as promoções da Black Friday são especialmente visadas por esses robôs, que compram automaticamente produtos em estoque limitado, deixando os usuários sem acesso a esses itens desejados.
Os robôs abocanham o estoque de tudo, desde brinquedos fofinhos até coleções de filmes. As indústrias visadas pelos robôs incluem nichos de mercado específicos, como jogos de vídeo e equipamentos de computador de alta gama. O lançamento da placa de vídeo de jogos da Nvidia, a 3080, é um exemplo do caso mais extremo do que os robôs podem fazer. Menos de um segundo após o lançamento, todas as peças foram vendidas, deixando os usuários sem chance de adquirir o produto.
Os usuários em sites de varejo não podem comprar esses produtos, pois o estoque é rapidamente consumido pelos robôs. A falta de estoque é indicada por um botão ‘esgotado’, não pelo botão ‘comprar agora’. Isso significa que os usuários devem procurar outros lugares para comprar os produtos desejados, o que pode levar a uma perda de confiança nas lojas e um aumento na concorrência.
A situação cria um dilema ético para as lojas. Por um lado, elas querem vender os produtos e não se importam se foram comprados por robôs ou clientes reais. Por outro lado, se os clientes reais não puderem adquirir os produtos com elas, eles irão buscar outros lugares para comprar, o que pode prejudicar as vendas da loja.
Esses robôs são criados por empresas especializadas em gerenciamento de robôs, como a Netacea. Eles são projetados para identificar preços baixos e fazer compras automaticamente. Alguns desses robôs até compram produtos em estoque limitado, como tênis de edição limitada, que são focos de lançamentos limitados e de alta demanda.
Os usuários podem se defender desses robôs comprando produtos na hora do lançamento e usando ferramentas de monitoramento de preços. No entanto, a melhor maneira de se defender desses robôs é para as lojas se unirem e criem uma solução para evitar que os robôs comprem produtos em estoque limitado, garantindo que os clientes reais tenham acesso a esses produtos desejados.
O dilema ético envolvido é complexo e os usuários devem estar cientes da existência desses robôs e da forma como eles podem afetar as suas compras. As lojas devem encontrar maneiras de se defender desses robôs e garantir que os clientes reais tenham acesso a produtos desejados, sem depender de compras de robôs.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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