Aos 60 anos do golpe, Múcio aponta que as Forças Armadas evitaram nova ruptura democrática e revanchismo.
Passados 60 anos do golpe militar de 1964, o ministro da Defesa, José Múcio, destacou que, desta vez, foi a cúpula das Forças Armadas que impediu uma nova ruptura democrática no país. De acordo com ele, a nova geração das Forças Armadas não é golpista e é graças a ela que não tivemos um novo golpe no Brasil.
Múcio ressaltou que não é contra esclarecer tudo que ocorreu nas duas décadas da ditadura militar, mas defende que não haja ‘revanchismo’ ou clima de conflito com a atuação da nova geração de militares – que, segundo ele, não tem mais relação com o que aconteceu no golpe de 1964. É fundamental manter o diálogo e a colaboração entre as diferentes gerações para garantir a estabilidade democrática.
Depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas revelam posicionamento em relação a aventuras golpistas
Em depoimentos à Polícia Federal, os ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica brigadeiro Baptista Junior relataram que, em reunião com o então presidente Bolsonaro, deixaram claro que não apoiariam qualquer tentativa de golpe. Freire Gomes chegou a dizer que seria obrigado a prender Bolsonaro. Os depoimentos também revelam que o comandante da Marinha, Almir Garnier, teria colocado suas tropas à disposição de um eventual golpe.
Esses depoimentos ressaltam a postura contrária às aventuras golpistas por parte dos militares, mesmo em meio a questionamentos sobre seu posicionamento em relação a possíveis rupturas democráticas.
Lula defende a virada da página em relação aos golpes passados no país
O presidente Lula tem defendido a necessidade de ‘virar a página’ do que aconteceu no país durante os períodos de ditadura militar. Ele tem destacado que o atual comandante do Exército, Tomás Miguel Paiva, era apenas uma criança de 4 anos no ano do golpe. A postura do presidente tem sido criticada, tanto por não autorizar atos oficiais de seu governo em relação à ditadura, quanto por sua atitude neutra em relação a esse período da história do Brasil.
A questão da representação de lideranças militares em cerimônias oficiais tem sido um ponto central nos debates sobre as atitudes em relação a possíveis novos golpes ou rupturas democráticas.
Mensagens nas redes sociais condenam o regime militar, mesmo sem cerimônias oficiais
Nos 60 anos do golpe, o presidente Lula optou por evitar cerimônias e notas oficiais de apoio ou condenação da ditadura, deixando esse papel para as vítimas do regime militar e outros segmentos da sociedade. No entanto, isso não impediu que ministros e outras figuras públicas se pronunciassem nas redes sociais condenando a violência e as tragédias geradas pela ditadura. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também expressou seu repúdio aos atos da ditadura em suas redes sociais.
As mensagens publicadas por autoridades e figuras públicas revelam a persistente relevância do debate em torno da ditadura militar no Brasil, mesmo após tantos anos da sua ocorrência.
Fonte: G1 – Política
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